23 fevereiro 2012

Um teste

texto
22 fevereiro 2012

Hora da partida


Olá meus queridos leitores *-* Como vocês estão? Espero sinceramente que bem (: Hoje eu não venho fazer textos, usar palavras bonitas, porque tudo o que eu tenho hoje para vocês é muita dor. Dor de alguém que vai ter que sofrer com a distância. Como alguns de vocês leram na postagem do selinho, meu namorado é fuzileiro naval. E a vida de fuzil é assim. É ficar longe. Hoje, eu acordei às quatro da manhã para levá-lo ao CIAMPA(Centro de Instrução Almirante Milciades Portela Alves) junto com a mãe dele e seu irmão, bem pequenino e super apegado a ele. Chegamos por lá por volta das cinco e vinte da manhã, sendo que o portão só abria às sete. Ficamos esperando e conversando. Nesse meio tempo, eu não conseguia desgrudar dele. Não dava, no carro eu estava segurando sua mão e quando saímos do carro também. Simplesmente não dava, parecia que algo ia levá-lo e eu tinha que impedir de qualquer forma. E eu não estava errada. Eu estava ali justamente para isso, entregá-lo à força armada que eu sempre quis ser: Marinha. Então, o dia foi clareando e a minha ansiedade aumentando junto com o sol que ficava cada vez mais alto. Tirei fotos, brinquei, fiz o que podia para me aguentar junto dele sem deixar cair uma única lágrima. Até que faltavam quinze minutos para as sete horas. E foi os piores quinze minutos que eu passei. Piores e os melhores. Finalmente faltavam quinze minutos para ele entrar e começar a história de um sonho realizado! E piores porque cada minuto era único. Esses quinze minutos pareceram meia hora, e ele brincou "Vai passar uma hora e não vai passar quinze minutos", eu ri, a mãe dele riu, o irmão dele riu. Ele virou para mim e disse "Vai passar um ano mas nada de quinze minutos". Um ano é o tempo que estamos namorando e sempre falamos que chegamos muito rápido a essa data! Então, simplesmente,os quinze minutos passaram e os portões se abriram. Ele virou para a mãe dele e a abraçou, disseram algumas palavras. Ele abaixou e abraçou seu irmão. O pequeno chorava tão descontroladamente que eu comecei a bandear para chorar também. Ele demorou um pouquinho para levantar, mas levantou. Me deu um beijo, me pediu para cuidar da mãe o do irmão no caminho de volta e disse, então, que me amava. Eu disse para ele voltar logo, e para mim. É tudo que eu queria e tudo o que quero. Ele me deu mais dois beijos e pegou a mala. Do nosso lado estava um casal e o menino era colega dele. O colega se despediu da namorada, abraçou meu namorado e eles foram andando na frente, no meio daquela multidão. Ficamos, a namorada do menino, a mãe dele, o irmão e eu parados olhando. Então fomos seguindo. Ouvimos ordens para eles levantarem as malas acima da cabeça e correrem, então, para o destino deles. E última coisa que eu vi foi meu namorado correndo atrás do que ele quer. Até virar uma esquina e desaparecer. É triste, é chato, e pode ser qualquer coisa, mas nada se compara ao que eu estou sentindo sabendo que agora ele pode estar pagando flexões porque fez algo errado, ou então está sentando ouvindo instruções. Qualquer coisa não se compara a preocupação que eu tenho em mim. Só vou poder visitá-lo daqui a quinze dias, e como sei que não vou conseguir falar o suficiente, já comecei a escrever as cartas. Ainda que eu junte trechos do momento em que eu estava só escrevendo até onde as lágrimas vão cair no papel, nada vai conseguir demonstrar o que eu estou sentindo. A única que vai conseguir explicar vai ser quando eu olhar nos olhos dele. Ele vai me entender, como sempre. Então gente, é isso que eu tenho a dividir com vocês hoje. Hoje, por incrível que pareça, é aniversário da minha mãe (meeeeeeeeeeega parabéns para ela), era para ser um dia feliz. E será. Assim que eu me acalmar. Então, pelas circunstâncias, esse será o único post de hoje. Espero que entendam!
Um beijo, meus anjos. Até amanhã!